O CIO Potencializado pela IA

O CIO Potencializado pela IA

O que é necessário para ter sucesso como CIO na era da IA

Ashwin Ballal
CIO, Freshworks

Wendy Turner-Williams
Ex-Chief Data Officer, Tableau

Pawan Satyawali
Head de Serviços Digitais, Signify

Jess Evans
Vice-Chanceler & CIO, Maricopa Community Colleges

Introdução

Hoje, espera-se que os CIOs sejam líderes de inovação e estratégia, e não apenas excelentes gestores de tecnologia e engenharia. À medida que a IA e a automação começam a permear todas as áreas do negócio, as organizações estão cada vez mais recorrendo aos CIOs para orientação.

Neste guia, reunimos insights de quatro CIOs e líderes de tecnologia sobre o que é necessário para ter sucesso nesses papéis críticos. Uma crença central de Ashwin Ballal, CIO da Freshworks, é que, em um mundo obcecado por IA e marcado por complexidade sem fim, o poder da subtração — reduzir a complexidade do stack tecnológico, dos serviços de TI e da experiência do colaborador — pode ser a nova arma secreta de um CIO.

A dura verdade é que seus colaboradores e clientes não se preocupam com seus aplicativos ou capacidades de IA — apenas com os resultados e experiências que eles proporcionam. Como Ballal observa, entregar essas expectativas requer uma abordagem centrada nas pessoas e liderança com empatia, e não apenas com tecnologia de ponta.

Os CIOs de hoje são, talvez, os principais arquitetos da experiência do colaborador, e não do stack tecnológico.

Cada um desses líderes demonstra que, na era da IA, resultados e experiências importam mais do que implementação perfeita, e priorizar as necessidades humanas em vez das capacidades tecnológicas deve ser uma filosofia de gestão.

Empatia como estratégia de liderança na era da IA

Ashwin Ballal

CIO, Freshworks

Ashwin Ballal, CIO da Freshworks, possui experiência fora do universo de TI suficiente para lhe dar “mais empatia por outras áreas do que a maioria das pessoas que cresceram dentro da TI”. Isso porque sua carreira não convencional passou por vendas, marketing, engenharia e gestão geral antes de se tornar CIO na Freshworks. Hoje, ele se autodenomina “CIO acidental”.

Essa trajetória lhe proporcionou uma perspectiva rara. Tendo trabalhado em diversas áreas do negócio, ele entende genuinamente as frustrações e desafios diários de cada departamento atendido por sua tecnologia. Essa mentalidade centrada nas pessoas não se trata apenas de ser simpático — trata-se de ser eficaz.

“Se eu consigo proporcionar experiências excelentes através dos sistemas e serviços que ofereço internamente, isso anima o colaborador a oferecer ótimas experiências aos clientes externamente”

Ballal explica, traçando uma linha direta entre experiência do colaborador e resultados para o cliente. Ao se colocar no lugar dos usuários, ele consegue identificar e eliminar pontos de dor que CIOs mais técnicos poderiam nunca notar.

Essa abordagem empática se torna ainda mais crucial na implementação de soluções de IA. Enquanto muitos líderes de TI rapidamente implementam tecnologias sofisticadas, Ballal enfatiza entender primeiro o elemento humano.

“A IA frequentemente é uma solução procurando um problema. A mente humana tende a torná-la mais complexa do que precisa ser. Então eu sempre digo: vamos voltar ao básico. Vamos manter simples, porque é isso que todos conhecem.”

Sua filosofia de empatia em primeiro lugar ajuda a separar casos de uso de IA valiosos de novidades tecnológicas — uma distinção particularmente importante à medida que muitos orçamentos de TI permanecem estáticos. Como resposta, sua equipe se tornou mais inovadora na otimização do ambiente tecnológico, liberando recursos de outras áreas, como não renovando certas licenças de software, para investir em iniciativas de IA que entregam valor genuíno e previsível, sem surpresas. Ballal observa que essa restrição financeira impõe uma disciplina necessária que muitas organizações atualmente não possuem.

Para CIOs navegando no cenário da IA, Ballal oferece um caminho que começa pelo entendimento humano, e não pelas especificações técnicas. A empatia permite que os líderes reconheçam quais soluções de IA melhorarão de forma rápida e significativa a experiência de colaboradores e clientes, em contraste com aquelas que apenas adicionam complexidade.

Em uma era obcecada em construir mais, os líderes que prosperarão são aqueles com inteligência emocional para entender o que os usuários realmente precisam — e a coragem para construir menos, mas melhor, criando soluções simples que cumprem suas promessas.

73%

dos colaboradores afirmam confiar em suas equipes de TI para garantir que a IA entregue resultados de qualidade.

Principais aprendizados:

Experiência diversa cultiva a empatia necessária para construir tecnologias que resolvem problemas reais, e não apenas quebra-cabeças técnicos.

Experiência diversa cultiva a empatia necessária para construir tecnologias que resolvem problemas reais, e não apenas quebra-cabeças técnicos.

A empatia ajuda a separar IA que atende necessidades reais de soluções que buscam problemas, especialmente quando os recursos são limitados.

Transforme a adoção de IA em um esforço colaborativo

Jess Evans

Vice-Chanceler & CIO, Maricopa Community Colleges

Em um cenário em que fornecedores rotulam tudo como “IA-powered”, desde chatbots até máquinas de café, os CIOs devem analisar criticamente cada nova tecnologia e criar diretrizes que mantenham a organização segura e alinhada aos seus objetivos.

“Se não tivermos cuidado, corremos o risco de cair no AI-washing — onde a IA se torna mais uma ferramenta de marketing do que um ativo prático”

O segredo é estabelecer regras e processos para a implementação responsável de IA. CIOs devem definir processos claros de verificação dos resultados da IA, em vez de tratá-los como respostas definitivas.

Além disso, é essencial garantir que as equipes de dados compreendam a gestão de dados estruturados e não estruturados, já que a qualidade dos dados impacta diretamente o desempenho da IA.

Evans também enfatiza a importância da colaboração entre áreas. Ao trabalhar com unidades de negócio para compreender seus desafios específicos, os CIOs podem identificar aplicações estratégicas que geram impacto rápido, sem complexidade desnecessária.

Essa abordagem centrada nas pessoas exige treinar as equipes não apenas em habilidades técnicas, mas também no entendimento das interdependências entre sistemas — o que Evans chama de “complexidade do conhecimento” — para antecipar como a implementação de IA pode afetar diferentes partes da organização.

Principais aprendizados:

Estabeleça processos rigorosos de verificação dos resultados da IA para evitar respostas de “chute”.

A qualidade dos dados estruturados e não estruturados impacta diretamente a performance da IA e previne vieses.

Colabore com unidades de negócio para identificar onde a IA pode gerar impacto rápido e assegure que as equipes entendam as interdependências dos sistemas.

Sem governança, a IA não avança

Wendy Turner

Ex-Chief Data Officer, Tableau

Mesmo a IA mais poderosa não é muito útil se a equipe enfrenta problemas na execução. Turner-Williams, que atua nesse cenário desde os anos 2000, afirma que aproximadamente 85% das iniciativas de ciência de dados nunca chegam à produção, geralmente não por limitações tecnológicas, mas por falta de governança adequada.

“Ao implementar IA, você não apenas declara ‘estamos fazendo IA na empresa’. Você identifica onde seus pontos fortes existentes em processos, qualidade de dados e infraestrutura podem entregar resultados consistentes rapidamente.”

A governança eficaz de IA requer três dimensões críticas:

1. Colaboração entre equipes

Reúna stakeholders técnicos e de negócio e defina propriedade clara e resultados desejados.

2. Fundamentos de qualidade de dados

Avalie onde a organização possui maturidade de processos e confiabilidade de dados, identificando casos de uso que gerem valor mensurável em semanas.

3. Parâmetros transparentes

Estabeleça diretrizes claras para uso de dados e resultados de modelos, garantindo responsabilidade e transparência.

Principais aprendizados:

Crie propriedade clara, direitos de decisão e responsabilidade entre stakeholders técnicos e de negócio.

Avalie a maturidade dos dados antes da implementação e garanta que sejam confiáveis e representativos.

Capacite as equipes com diretrizes transparentes para transformar a IA em valor prático, e não apenas possibilidades teóricas

Foque em resultados com IA e ganhos rápidos

Pawan Satyawali

Head de Serviços Digitais, Signify

Nos conselhos corporativos, os CIOs percebem uma verdade desconfortável: ninguém se importa com seu stack tecnológico.

“No final, cada decisão deve responder: ‘Qual o benefício para o negócio?’ Como posso ajudar no crescimento, eficiência, conformidade ou satisfação do cliente?”

Enquanto muitos CIOs lutam para obter adesão às iniciativas digitais, Satyawali vê uma oportunidade estratégica na revolução da IA.

"Vivemos tempos disruptivos. Quanto mais rápido você identificar casos de uso de IA e implementá-los, mais sucesso terá."

Ao focar em ganhos rápidos que entregam resultados mensuráveis, os CIOs podem se transformar de gestores de custos em impulsionadores estratégicos de valor. Ele reforça a filosofia people-first, garantindo que a IA aumente o potencial humano em vez de criar complexidade adicional.

Principais aprendizados:

Enquadre iniciativas de IA em termos de impacto nos resultados do negócio, nunca apenas em especificações técnicas.

A velocidade em identificar e implementar casos de uso de IA correlaciona diretamente com o sucesso.

Equilibre inovação tecnológica com cuidado em work-life balance para que a IA seja multiplicadora de força para a equipe.

Conclusão

Os insights desses quatro líderes tecnológicos apontam uma verdade singular: o sucesso na implementação de IA não depende apenas de conhecimento técnico, mas de inteligência humana, governança e clareza organizacional.

O sucesso não vem de quem tem a tecnologia mais avançada, mas de quem consegue implementá-la com propósito e disciplina.

Ao liderar com empatia como Ballal, estabelecer frameworks responsáveis como Evans, criar propriedade clara como Turner-Williams e focar no impacto de negócios como Satyawali, os líderes de tecnologia se transformam de especialistas técnicos em verdadeiros estrategistas de negócios.

Em um mundo obcecado por adicionar mais — mais recursos, mais sistemas, mais complexidade —, o caminho paradoxal é a subtração. Ao remover obstáculos desnecessários, focar na qualidade em vez da quantidade e garantir que a tecnologia sirva às pessoas, os CIOs desbloqueiam o verdadeiro potencial da IA, não como um acréscimo complexo, mas como um simplificador poderoso do trabalho.

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